A história de superação e força de uma escritora em busca de um sonho

Ontem recebi uma foto emocionante logo pela manhã…. É o clique de uma escritora segurando sua obra recém saída das impressoras, ainda na gráfica. Mas também é o clique de um sonho sendo realizado. Nani Mariano Mazurchi tem uma história incrível e eu tive o enorme prazer de cruzar com ela ao longo de minha jornada. Mas vai muito além disso…
Um dia desses, no final de 2019, eu seguia minha rotina como sempre e recebo uma notificação de mensagem no facebook: era a Nani me enviando uma mensagem de voz – “Letícia, tudo bem? Nossa última conversa foi em 2012… Algumas coisas aconteceram nesse período, né… Escrevi um livro infantil e preciso de ajuda pra diagramar! Você faz isso?….”
Pensei comigo: “bora lá, né!”
Mandei mensagem para o whatsapp dela e começamos a entrar em detalhes. O que eu não sabia era que, naquele momento, estava iniciando uma experiência que seria muito especial…Nossa missão inicial era dar cara para sua primeira criação: o livro infantil “Cadê as Cenouras”. No enredo temos Tico, um coelho esperto que parte em busca das cenouras roubadas da festa anual das cenouras. Muitos sentimentos são abordados neste livro como raiva, tristeza e alegria. E cada um desses pequenos detalhes vinha ilustrado com uma arte preparada com todo carinho pela Nani para ajudar a criança a absorver lições importantes de forma lúdica e divertida.
Eis que quando estávamos planejando captação de patrocínio e lançamento, veio a pandemia…. E tudo ficou em suspenso… Mas não pra Nani!
Enquanto o mundo vivia um de seus períodos mais difíceis e muita gente surtava, ela canalizou tudo em produção e gerou mais três obras infantis, que foi mandando pra mim a cada término para uma nova etapa de diagramação.
Em uma delas temos “O Mundo sem cor de Amafeni”, em que uma girafinha que vê seu mundo ficar sem cor quando perde sua irmã Zâmbia. A família e os amigos são muito importantes para que ela volte a ver cor no mundo.
Já “Anne, o pudim de chocolate”, é uma doce menina que escreve suas aflições e sentimentos em seu diário em um livro que mostra a individualidade da criança, bem como a força de uma estrutura familiar.
E por fim, Nino e Barbuda são os heróis de “Quem Prendeu Três Peixes” história que, além de divertida, mostra figuras para que a criança possa contar e aprender de um modo lúdico.
Todas as obras tinham algo em comum: a força da representação emocional complexa por meio do lúdico e do simples.
Eu confesso que ler algumas delas no auge da pandemia arrancou até alguns ciscos do meu olho, rs…
Só que a Nani não para, né…. E já tinha escondida na manga mais uma obra, essa para adultos: “Arquivo Dulion“. O romance conta a história de Melaine e Marco, que tem suas vidas transformadas da noite para o dia por uma tragédia familiar que vai ligá-los para sempre… E o elo entre eles será a pequena Anne (sim, a mesma Anne, o pudim de chocolate!).
Quando percebi, eu já estava tão envolvida com a representatividade desse projeto e com o sonho da Nani que vibrava com ela a cada notícia da gráfica.  

Mas não é só isso…

Mais do que uma autora desafiando o mundo munida de uma metralhadora de boas obras, Nani também é mãe, esposa, amiga e uma guerreira. Depois de passar por uma cirurgia neurológica em 2018, ela começou a escrever, deixou de lado as sequelas e mostrou na prática o que é ser um exemplo de superação.
Eu conheci a Nani por meio do seu marido, Eduardo. Ou, para os mais conhecidos, Dulão. Nós trabalhamos juntos no mesmo grupo empresarial por uns cinco ou seis anos. Lembro até que lá em 2012 eu pedi ajuda da Nani para comprar o presente de amigo secreto para o Dulão… Vi a filha deles, a Bia, nascer… E por uma dessas coincidências cósmicas da vida (e porque o mundo é uma pracinha), o cunhado dela foi meu professor no colegial e a sogra dela mora na minha rua. Então meio que posso dizer que acompanho, do outro lado da rua, a Bia crescendo…
Mas, claro, como coincidência pouca é bobagem, a Anne, que foi a revisora de texto do romance policial que a Nani escreveu e faz parte desse pacote lindo, também foi minha colega de trabalho em outra empresa. Ah, esse mundo cheio dos encontros e desencontros...
No entanto, mesmo com todas essa ligações, Nani e eu nunca tivemos contato mais próximo. Até ela me procurar para trabalharmos a diagramação dos livros.
Mulher decidida, ela já veio sabendo o que queria. Eu, na minha inocência, resolvi dar pitacos onde não devia. Mas aprendi que, diferentemente de um projeto de marketing, em que minha função é direcionar o cliente para o melhor resultado, numa obra autoral minha missão é dar vida ao desejo e a arte do autor em sua forma mais pura e pessoal. Aqui, ao contrário da profissional de marketing, eu devo ser nada mais do que uma ferramenta para tornar o trabalho do artista possível. Única e exclusivamente um meio para sua arte. Cada ilustração foi feita por ela. E cada palavra era dela.
E que prazer fazer isso ao lado de alguém que usou um período tão caótico para a humanidade para construir histórias tão belas e repletas de um legado de valor incalculável. Cada criança ou família que puder apreciar seus livros infantis encontrará uma obra repleta de sensibilidade e lições que canalizam com tanta naturalidade as situações mais delicadas que tantos de nós enfrentamos pela vida. Julgamento, perdas, preconceito, dor, alegria… Temas por vezes tão difíceis de explicar à uma criança e aqui retratados de forma tão singela, simples e cercados de amor.
Curiosamente (ou simplesmente por mais um desses caprichos da vida) eu sempre fui apaixonada por leitura. Desde bem nova devorava mais livros do que a média das pessoas que eu conhecia. Por um tempo eu os abandonei, mas há pouco mais de um ano retomei com aquela mesma sede de antes essa antiga paixão. E com ela sempre guardei um desejo um tanto secreto que compartilhei com não mais que duas ou três pessoas: escrever um livro. Histórias não faltam. Ao contrário! Algumas já tem até pequenos trechos rabiscados espalhados por papéis aqui e acolá. Mas faltava aquele ímpeto maior, o empurrãozinho… O sinal dizendo “chegou a hora”!
De algum modo a Nani precisava passar em minha vida para me relembrar de uma vontade tão antiga que ficou um tempo escondida dentro de mim. E bastou uma conversa para que ela aflorasse aquele desejo com mais força do que nunca.
Ontem recebi uma foto da Nani ainda na gráfica, vendo seus livros saindo do forno. Semana que vem ela os terá em mãos e eu terei um exemplar de cada, autografados por ela. E cada vez que olhar para cada um deles, me lembrarei da inspiração que a Nani traz para que eu continue perseguindo meus sonhos, assim como ela perseguiu os seus.

Nani, minha querida, obrigada por essa oportunidade linda de participar de algo tão belo e encantador ao seu lado. E, mais do que isso, obrigada por me lembrar de seguir esse desejo antigo. Não tenha dúvidas que conto com você para me orientar neste desafio como sua aprendiz, leitora, diagramadora e, acima de tudo, admiradora.
Eu não tenho a menor dúvida de que esse é apenas o início de uma linda fase em sua história como escritora e que muitas outras obras encantadoras ainda virão. Sucesso sempre, você merece! ❤️

Faça parte desse sonho

Enquanto o governo segue firme no propósito de continuar reduzindo o acesso de cultura e informação útil à população criando um novo imposto para livros, há uma enormidade de escritores lutando todos os dias para levar conhecimento e boas histórias à sociedade.
A Nani fez tudo isso sozinha. Não tem uma editora apoiando nem um patrocinador. Tirou cada centavo do bolso para fazer o sonho acontecer e levar histórias tocantes até você.
Eu sou suspeitíssima para falar… Mas se depois de ler essa história você não tiver a menor curiosidade para conferir pelo menos um dos livros da Nani, acho que você é estranho… rs
A boa notícia é que dá pra matar a curiosidade e ainda contribuir com o sonho da Nani!
Você pode adquirir suas obras através do Catarse. Corre lá!!!
É só clicar na imagem a seguir:

(Em breve as obras também estarão disponíveis em versão digital)

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